domingo, 18 de março de 2012

POLÍCIA FEDERAL PODERÁ INVESTIGAR ESQUEMAS NO DF

Cortar os tentáculos da organização criminosa comandada pelo empresário do jogo de azar Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira será um trabalho árduo para o Ministério Público Federal e Polícia Federal. Obras das mais diversas categorias, coleta seletiva de lixo e aluguel de veículos, sempre por meio de contratos com a administração pública, rendem milhões de reais mensais a diversas empresas suspeitas de participar do esquema criminoso. Entre elas está a Delta Construções, que presta serviços para os governos de Goiás, Distrito Federal, Pará e Mato Grosso. Apenas em um dos contatos firmados com a Secretaria de Segurança goiana para a locação de viaturas, os valores alcançam os R$ 3 milhões.
Toda a estrutura da segurança de Goiás é fornecida por Cachoeira
A proximidade de Cachoeira com políticos influentes em todo o País levou a Delta a crescer de forma absurda seu poderio econômico, sempre por meio da prestação de serviços para governos estaduais, principalmente o goiano. A constatação foi feita pelos federais por meio de interceptações telefônicas que começaram a ser feitas ainda em dezembro de 2010. As suspeitas de algum esquema criminosos envolvendo a locação de veículos começou em 2006, com outra empresa - a LM Transportes, Serviços e Comércios. A concorrência vencida pela Delta, em 2009, era a continuidade desta modalidade de contrato, questionada anteriormente pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) pelo alto valor.
Esquema de Cachoeira será investigado no DF
Em dezembro daquele ano, a empresa firmou contrato com a Secretaria de Segurança para locar carros que foram repassados para a Polícia Militar e Civil. No entanto, após sofrer aditivo atrás de aditivo, a Delta passou a fornecer veículos para toda a estrutura da segurança em Goiás. Trata-se de veículos que passaram a ser usados pelo Corpo de Bombeiros, Detran, Departamento de Polícia Técnica, Instituto Médico Legal e até para o Procon. Tudo por cerca de R$ 3 milhões mensais. Á época, quando o contrato foi firmado, a Delta alugou 1.535 veículos que foram repassados à Polícia Militar. Atualmente, após pelo menos dois aditivos o número subiu para 1.935 carros. 
Uma ação civil pública proposta pelo MPGO tenta cancelar ou pelo menos suspender o contrato atual. Os números que constam na ação chama atenção pelo alto valor. A empresa recebeu em 2010 R$ 54,9 milhões do governo goiano. Em 2011, os repasses foram de R$ 51,6 milhões. Há, no entanto, empenhos que ainda não foram liquidados. “Foi um passo bem largo para uma empresa em que em seu primeiro ano de contrato, em 2006, faturou R$ 5,5 milhões em 12 meses”, destacou o  promotor de Justiça Bernardo Boclin.
Com base na apuração da Polícia Federal (PF), os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) escrevem que fica clara a “ingerência” de Carlinhos Cachoeira nos negócios da empresa, “conhecida por realizar contratos de vulto com a administração pública”, segundo a ação proposta pelos promotores Adriano Godoy Firmino, Fernando Krebs e Umberto Machado.  No mérito da ação foi pedida a condenação dos réus por ato de improbidade administrativa e ressarcimento ao erário público.

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