terça-feira, 17 de abril de 2012

A AGENDA DE DADÁ

Quem acompanha os desdobramentos do recente escândalo político, que mais uma vez enlameia o Distrito Federal, fica boquiaberto a cada revelação feita pela imprensa. Os capítulos da novela “Cachoeira & Políticos Corrompidos” nada deve a roteiros de filmes como Wall Street: o dinheiro nunca dorme. Na direção do esquema não está o diretor Oliver Stone, mas sim o igualmente famoso Carlinhos Cachoeira. Com a destreza dos melhores cineastas, o bicheiro comandava os tentáculos que se entranhavam em todas as células dos poderes Executivo e Legislativo.
Na co-produção estava Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, fiel escudeiro de Cachoeira, que gravava todos os diálogos de forma impressionante. Mais do que isso, o quase sonoplasta também registrava tudo em uma agenda. Essa prova obtida pela Polícia Federal poderá fazer com que o feitiço vire contra o feiticeiro. Acostumada a denunciar e estar do outro lado da notícia, a imprensa será jogada no olho do furacão pela investigação da operação Monte Carlo.
 O feitiço para o PT pode virar contra o feiticeiro 
A agenda apreendida pelos federais poderá complicar a vida de muitos profissionais da imprensa, alguns conhecidos nacionalmente. A lista de nomes que consta na agenda de Dadá é extensa e vai desde repórteres especiais de grandes veículos de imprensa até editores, redatores-chefes e até presidentes das empresas de comunicação. A informação é que a PF estaria em fase final de investigação para indiciar os jornalistas supostamente envolvidos no esquema.
Ao lado dos nomes encontrados na agenda de Dadá havia números, ou melhor, altos valores que leva a crer seriam uma espécie de salário pago aos profissionais da imprensa. As quantias eram variáveis, de acordo com o “peso” de cada profissional e seu alcance midiático. Alguns blogueiros tinham ao lado do nove a quantia de R$ 40 mil. Dois repórteres especiais tinham o valor de R$ 50 mil. E com o passe bem mais valorizado, um formador de opinião conhecido em todo o Brasil tinha a bagatela de R$ 100 mil ao lado de seu nome.
A população brasiliense já viu quase de tudo no decorrer das investigações. Agora, um possível comprometimento de jornalistas e figurões dos veículos de imprensa poderá manchar o nome de órgãos importantes, acostumados a denunciar e pregar pela ética na profissão. Inevitavelmente, quando os federais começarem a entrar nas redações entregando intimações, o nome dos profissionais envolvidos virá à tona. Por enquanto, vemos apenas o governo do Distrito Federal cortar na própria carne para tentar equacionar a crise que já derrubou integrantes importantes da cúpula petista.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

LIXO NO DF TEM NOVO GESTOR


A casa está quase ruindo e dentro dela estão as principais figuras do Governo do Distrito Federal. Nem a intervenção branca imposta pelo PT nacional parece evitar o prenúncio da catástrofe que se anuncia. A primeira medida tomada pelo enviado da presidente Dilma Rousseff, o chefe da Casa Civil Swedenberger Barbosa, foi tomar todos os contratos milionários do lixo, que ficavam sob a tutela do secretário de Governo, Paulo Tadeu. Agora, o novo todo poderoso do GDF começa, aos poucos,  a enfraquecer tanto a importância quanto o controle antes exercidos por Paulo Tadeu no Governo.
A ordem para monitorar bem de perto os contratos do lixo no DF, que movimentou R$ 2 bilhões nos últimos 11 anos, partiu do Palácio do Planalto. O PT quer evitar um possível golpe de misericórdia contra o governador Agnelo Queiroz e entregar o GDF de bandeja para o PMDB. Poucas pessoas sabem, mas pouco antes de Swedenberger ser designado para atentar apagar o fogo no GDF, Agnelo Queiroz esteve no Palácio do Planalto e ouviu “poucas e boas” da presidente. De acordo com fontes palacianas, Dilma esbravejava tanto que dava para ouvir seus berros na guarita de entrada do palácio. Agnelo ouviu a o esporro calado e saiu do encontro sabendo que não poderia dar um passo sem o aval de seu chefe da Casa Civil.
Agora, quem monitora os contratos do lixo é Berguer
O que o PT nacional não esperava é que a relação entre os homens mais próximos do governador mantivessem uma relação tão próxima ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O calcanhar de Aquiles e a provável derrocada do governador e seu staff está nos contratos do lixo e na proximidade com a Delta, empresa responsável por parte da coleta seletiva de lixo no DF. Bastará um pouco de atenção dos investigadores para perceber que a Delta e o ex-chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro, possuem muitas coisas em comum, entre elas uma série de pessoas próximas a Monteiro que foram empregadas na empresa controlada por Cachoeira. Seria a retribuição de um favor ou mera coincidência? Com a palavra a Polícia Federal. Como o blog anunciou com antecedência, Monteiro estava na mira dos federais e não deu outra...
A situação poderá ficar ainda pior. Quinze meses após assumir 77% da coleta do lixo do Distrito Federal, a Delta Construções quer um aditivo no contrato com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU).  A empresa afirma não ter condições de coletar toda a sujeira e varrer as ruas da capital pelos mais de R$ 9 milhões recebidos mensalmente.  Além de 90 caminhões usados somente na coleta do lixo, a firma tem outros 58 para levar entulhos de obras a aterros, como o do lixão da Estrutural.  No caso dos entulhos, ela recebe por veículo usado no serviço.  Com isso, os valores repassados pelo SLU variam entre R$ 9 milhões e R$ 10 milhões mensais, de acordo com o montante transportado e as ruas limpas pelos funcionários e veículos da Delta.
Juntas, as empresas que dividem o mercado de resíduos no DF recebem uma bolada de R$ 15 milhões ao mês.  Em 11 anos, a coleta de lixo rendeu uma montanha de dinheiro - R$ 2 bilhões - para as firmas especializadas nesse serviço.  Dessa quantia, R$ 500 milhões foram pagos em contratos sem licitação, recurso bastante usado a partir de 2006.  Antes disso, toda a operação dos resíduos sólidos era monopolizada pela Qualix Serviços Ambientais, que, segundo investigação do Ministério Público de Contas, deixou de cumprir exigências do edital como a elaboração de um programa de coleta seletiva e a desativação do Lixão da Estrutural.

As suspeitas de irregularidades nesse mercado foram reforçadas com a Operação Caixa de Pandora.

domingo, 8 de abril de 2012

EX-DEPUTADO ACUSADO DE "QUEIMA DE ARQUIVO"

É enorme a quantidade de depoimentos engavetados pela Polícia Civil, muitas vezes sem conhecimento da cúpula da instituição. Alguns deles, caso venham à tona, podem abalar o cenário político do Distrito Federal. Hoje, o Fala Sério DF revela um dos depoimentos que está escondido há seis anos. Na época, caso ele tivesse “vazado” para a imprensa, o escândalo da Caixa de Pandora poderia ter estourado com alguns anos de antecedência. O personagem alvo do depoimento é ex-deputado distrital Junior Brunelli (PSC), protagonista do vídeo da “oração da propina”, que depôs em audiência de instrução no último dia 21 de março.

Brunelli é acusado de mandar matar desafetos

O depoimento foi prestado por um homem, em fevereiro de 2006, que se disse braço direito do ex-deputado durante um período de dez anos. Quem colheu o depoimento foi o delegado João Kleiber Ésper, envolvido em uma série de tramoias e que responde a vários procedimentos na Corregedoria da Polícia Civil. Kleiber era o então delegado-chefe da 30 DP, em São Sebastião. O denunciante em questão é Júlio Cesar Souza, que cumpriu pena no Complexo Penitenciário da Papuda por homicídio. A gravidade das acusações feitas pelo criminoso contra o deputado choca pela gravidade e pelo fato de nenhum tipo de investigação ter sido feita.
O nosso blog teve acesso a todo o depoimento e o disponibiliza para nossos leitores tirarem suas próprias conclusões. Na primeira parte do documento, Souza afirma que fazia todo o tipo de trabalho sujo ordenado por Brunelli. Entre os crimes feitos a mando do ex-deputado estaria o roubo cometido contra pessoas ricas para angariar fundos para a campanha (isso incluiria o roubo cometido contra o ex vice governador Paulo Octávio em que barras de ouro foram roubadas), convencer viciados a votas no deputado em troca de drogas, matar alguém, incluindo um vereador de Águas Lindas.
Mais grave ainda, o homem também afirmou em termo de declaração que Brunelli teria cometido “queimas de arquivo” contra algumas pessoas e que durante os crimes pessoas amigas do denunciante acabaram morrendo. Esse teria sido o motivo pelo qual Souza abriu mão da lealdade ao ex-deputado.
Brunelli voltou a aparecer na mídia no final do mês passado quando ficou frente a frente com Durval Barbosa, pivô do escândalo do Mensalão do DEM. Aparentando nervosismo, o acusado confirmou ao juiz que recebeu dinheiro das mãos de Durval Barbosa. Segundo ele, em julho de 2003 ele ganhou uma quantia para ajuda de campanha e que o benefício não era esperado. “Foi surpresa de Durval”, disse.
Perguntado pelo Ministério Público se o dinheiro entregue pelo delator da Caixa de Pandora foi contabilizado na campanha, Brunelli disse que não. O réu também não soube esclarecer se houve mais valores recebidos por outras pessoas de sua campanha. “Pelas minhas mãos, não. (Pelas mãos do tesoureiro) aí, eu não sei”.
Com uma cola de papel em mãos para consultar as respostas em juízo, e que, logo em seguida foi desautorizado pelo juiz a usá-la, o ex-distrital se confundiu quanto ao ano de recebimento da suposta propina. Primeiro, o ex-parlamentar afirmou que teria sido em 2003. Depois, mudou para 2006.
Junior Brunelli disse desconhecer a origem do dinheiro de Durval. Ele afirmou que durante os sete anos de mandato, não recebeu mais dinheiro do delator. Questionado se o depoente tinha algo contra o pagador das “ajudas de campanha”, Brunelli disse que não e ressaltou que perdoava o delator. “Eu hoje tenho convicção de que fui chamado por Durval para ser gravado”.
Em resposta à perguntas sobre o vídeo em que aparece Leonardo Prudente e Brunelli fazendo uma oração para agradecer ao ex-delegado, o ex-deputado disse que na época era pré-candidato ao Senado, mas que sofria muita pressão do governo Arruda. A oração era para espantar a “retaliação”. Conforme o depoimento, ele pediu forças divinas porque precisava sair do PFL – atual Democratas (DEM) – para filiar-se ao Partido Social Cristão (PSC), mas tinha medo de perder o mandato.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

DISTRITAL CASSADO TENTA COMPRAR DEPOIMENTOS

Primeiro e único deputado distrital cassado na história da Câmara Legislativa, Carlos Pereira Xavier, hoje beirando os 50 anos, vê seus recursos se esgotando no Superior Tribunal de Justiça  (STJ). Enfim, o ex-parlamentar poderá ser levado a júri popular acusado de ser o mandante do assassinato do adolescente Ewerton da Rocha Ferreira, 16 anos, em maio de 2004. O jovem que mantinha um relacionamento com a ex-mulher de Xavier, Maria Lúcia de Araújo Xavier, foi executado com dois tiros na cabeça. O corpo do rapaz foi encontrado em março de 2004 atrás de uma parada de ônibus no Recanto das Emas.
Carlos Xavier está tentando comprar depoimentos
O detalhe é uma manobra sórdida que está sendo arquitetada fora dos tribunais. Contratada pelo ex deputado, uma empresa que diz prestar serviços de “consultoria” ligada a um ex diretor-geral da Polícia Civil do DF está a frente de uma negociação que teria “comprado” a confissão do crime pelos dois réus que já estão presos pelo homicídio. A manobra teria como alvo afastar qualquer possibilidade de Carlos Xavier ser apontado como mandante do crime pelos dois homens que já foram condenados pelo crime. Os promotores de justiça da Promotoria Criminal de Samambaia que trabalham no caso não sabem, mas o Fala Sério DF recebeu informações de que, por baixo dos panos, Carlos Xavier teria pagado um bom dinheiro para os familiares dos dois condenados. Em troca, ambos afirmariam em juízo que o ex-distrital nada tem a ver com a morte do adolescente.
O processo tramita há dois anos em grau de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde a defesa de Xavier questiona a sentença de pronúncia, pela qual o processo deve ser remetido ao julgamento popular. O caso será apreciado pela 5ª Turma do STJ, sob a relatoria do ministro Jorge Mussi. Os demais envolvidos no crime já foram levados a júri e condenados. Eduardo Gomes da Silva, conhecido como Mestre Risadinha, e Leandro Dias Duarte foram condenados, respectivamente, a 19 anos e três meses e 15 anos e seis meses de prisão em regime fechado, pela participação no crime. Um menor que também teria participado do assassinato foi recolhido, à época, ao Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje).
Ex-administrador regional de Samambaia, Xavier também é suspeito de envolvimento num esquema de liberação de lotes públicos na cidade. De um jeito ou de outro, Xavier perdeu o direito de concorrer a uma eleição até 2018. Resta saber se ele conseguirá, de forma escusa, manobrar o Poder Judiciário comprando o silêncio de seus comparsas e sair ileso depois de oito anos de batalhas judiciais protelando um veredicto que, até pouco tempo, estava bem claro: condenação de até 30 anos de prisão pelo homicídio qualificado do adolescente que se envolvera com sua ex-mulher.

quarta-feira, 28 de março de 2012

CHEFE DE GABINETE DE AGNELO NA MIRA DA PF

Está muito perto de as algemas da Polícia Federal, com o apoio do Ministério Público Federal, alcançar integrantes da cúpula do Governo do Distrito Federal envolvidos em esquemas criminosos capitaneados pelo empresário dos jogos de azar Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. O Fala Sério DF teve acesso a trechos de uma das mais de 300 interceptações telefônicas feitas durante a investigação. A conversa é travada entre Cachoeira e ninguém menos do que o atual chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz, o agente de polícia Cláudio Monteiro, que também preside o Comitê para a Copa do Mundo de 2014.

Monteiro receberi propina da VIA

Achando que estaria livre dos grampos por usar um aparelho Nextel habilitado nos Estados Unidos, Monteiro demonstra muita intimidade com o contraventor.  Os federais ainda investigam a ligação entre Monteiro e Cachoeira. Sabe-se que o bicheiro teria se aproximado de Monteiro para garantir a segurança de casas de jogos e máquinas caça níqueis que ainda funcionam na clandestinidade em pontos muito bem escondidos do Distrito Federal.  Sabe-se também que Monteiro sempre foi muito amigo do ex diretor-geral da Polícia Civil, Onofre de Moraes, que sempre foi alvo de boatos que receberia dinheiro de contraventores para fazer “vista grossa” em relação a jogatina que corria solta em Ceilândia quando ele era delegado chefe.
As interceptações telefônicas que flagraram Monteiro ainda podem complicar a vida dele quando o assunto é a construção do Estádio Nacional, orçado em R$ 1 bilhão. Fontes ligadas ao blog afirmam que o chefe de gabinete de Agnelo fatura alto com propinas pagas pela construtora VIA Engenharia, responsável pela obra do estádio.  Monteiro, que  foi assessor parlamentar de Agnelo na Câmara dos Deputados e ocupou os cargos de chefe de gabinete, secretário-executivo e ministro-interino do Esporte quando o governador era ministro, também teria ligações com o araponga e especialista em grampos ilegais, Idalberto Matias de Araújo, o sargento da Aeronáutica Dadá.
Dadá teria um número infindável de fontes na Polícia Civil. Um deles é citado na denúncia do MPF. Trata-se do policial civil José Ângelo, que caiu no grampo da PF.  Dadá avisa para o agente da PCDF que está com os R$ 4 mil que deve a ele pela informação sobre uma casa de bingo que deveria ser estourada. A casa de jogo era de um concorrente de Carlinhos Cachoeira.  Se além das interceptações telefônicas a Polícia Federal conseguir materializar a relação Entre Monteiro, Dadá e Cachoeira a situação poderá se complicar para o chefe de gabinete de Agnelo. O bônus da investigação poderá ser a confirmação da relação promíscua entre Monteiro e a construtora responsável pela obra do Estádio Nacional.
Essa história ainda tem mais um personagem suspeito.  A figura é o policial Jairo Martins de Souza. Foi ele quem gravou a fita que detonou, em 2005, o escândalo do Mensalão. Trata-se da cena em que um ex-funcionário dos Correios, Maurício Marinho, aparece recebendo uma propina de R$ 3 mil. A fita foi entregue ao jornalista Policarpo Júnior, que é amigo de Jairo Martins, e hoje, além de dirigir a sucursal da revista Veja em Brasília, é redator-chefe da publicação.
De acordo com a acusação do Ministério Público, Jairo Martins era um “empregado” da quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Recebia R$ 5 mil mensais e tinha a função de cooptar policiais e também levantar informações que pudessem prejudicar os negócios do grupo. Em 2005, na crise do Mensalão, Jairo Martins depôs no Congresso, e disse que gravou a fita com Maurício Marinho por “patriotismo”. Não se sabe, ainda, se Cachoeira estaria por trás da denúncia.

domingo, 25 de março de 2012

JOSÉ DIRCEU É O PRÓXIMO ALVO DA MONTE CARLO

Um novo escândalo está por vir e irá abalar o cenário político nacional. Alheio aos resultados obtidos com a operação Monte Carlo, que desmantelou o esquema criminoso liderado pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, os caciques do PT nunca esconderam que sempre houve um interesse maior em atingir grandes opositores do governo, entre eles o senador Demóstenes Torres (DEM). No entanto, com o aprofundamento das investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, o tiro pode acabar saindo pela culatra. Tudo porque as apurações podem atingir ninguém menos do que José Dirceu, um dos principais articuladores e influentes nomes do partido da presidente Dilma Rousseff.
A empresa Delta Construções, que foi alvo de mandados de busca e apreensão durante a ação da PF seria usada para lavar dinheiro dos jogos de azar e ao mesmo tempo abocanhar contratos milionários com a administração pública graças a influência de Cachoeira no meio político. É justamente essa característica que teria aproximado Zé Dirceu e o maior bicheiro do País. Ambos teriam formado uma parceria, por meio da empresa Delta, para firmar o contrato de reforma do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

José Dirceu seria parceiro de Cachoeira em obra

O Fala Sério DF apurou que houve dispensa de licitação para a realização das obras que terão um custo de dezenas de milhões de reais. Dirceu e Cachoeira uniram forças e exerceram seu grande poder de tráfego de influência para faturar a obra e muito dinheiro. Todo o esquema foi denunciado por uma empresária que acabou envolvida com a operação Monte Monte Carlo e teve suas contas bloqueadas pela Justiça Federal. A empresária em questão é Neide Leão, dona da empresa Leão & Leão Consultoria.
No ano passado, a empresa, que é especializada no desenvolvimento de projetos ligados a saneamento básico e fica sediada em Cuiabá, Mato Grosso. Neide Leão trabalhou em uma obra conduzida pela Delta e cerca de R$ 100 mil foi depositada na conta-corrente de sua empresa sem seu conhecimento. Depois desse fato, a justiça colocou a empresa de Neide no rol das investigadas no esquema de Cachoeira.
A mesma empresária se tornou um arquivo vivo, pois durante seu trabalho com a Delta teria conhecido de perto uma série de transações feitas entre a Delta e políticos importantes no cenário nacional, entre eles José Dirceu e a obra em que ele está envolvido, no aeroporto de Guarulhos. Quando o Ministério Público Federal ouvir o depoimento da empresária Neide Leão um novo escândalo se abaterá sobre o PT nacional e a presidente Dilma terá fortes dores de cabeça...

SENADOR FATURAVA COM MÁQUINAS CAÇA-NÍQUEIS

A Polícia Federal tem conhecimento, desde 2006, das ligações do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com o senador Demóstenes Torres, do DEM de Goiás.
Três relatórios assinados pelo delegado Deuselino Valadares dos Santos, então chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (DRCOR), da Superintendência da PF em Goiânia, revelam que Demóstenes tinha direito a 30% da arrecadação geral do esquema de jogo clandestino, calculada em, aproximadamente, 170 milhões de reais nos últimos seis anos.
Os dois amigos fatravam com os caça-níqueis
Segundo relatório da Polícia Federal, 30% é o percentual que o senador do DEM recebia do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Na época, o império do bicheiro incluía 8 mil máquinas ilegais de caça-níqueis e 1,5 mil pontos de bingos. Como somente no mês passado a jogatina foi desbaratada, na Operação Monte Carlo, as contas apresentadas pela PF demonstram que a parte do parlamentar deve ter ficado em torno de 50 milhões de reais. O dinheiro, segundo a PF, estava sendo direcionado para a futura candidatura de Demóstenes ao governo de Goiás, via caixa dois.
A informação consta de um Relatório Sigiloso de Análise da Operação Monte Carlo, sob os cuidados do Núcleo de Inteligência Policial da Superintendência da PF em Brasília. Dessa forma, sabe-se agora que Demóstenes Torres, ex-procurador, ex-delegado, ex-secretário de Segurança Pública de Goiás, mantinha uma relação direta com o bando de Cachoeira, ao mesmo tempo em que ocupava a tribuna do Senado Federal para vociferar contra a corrupção e o crime organizado no País.
O senador conseguiu manter a investigação tanto tempo em segredo por conta de um expediente tipicamente mafioso: ao invés de se defender, comprou o delegado da PF.
Deuselino Valadares foi um dos 35 presos pela Operação Monte Carlo, em 29 de fevereiro. Nas intercepções telefônicas feitas pela PF, com autorização da Justiça, ele é chamado de “Neguinho” pelo bicheiro. Por estar lotado na DRCOR, era responsável pelas operações policiais da Superintendência da PF em todo o estado de Goiás. Ao que tudo indica, foi cooptado para a quadrilha logo depois de descobrir os esquemas de Cachoeira, Demóstenes e mais três políticos goianos também citados por ele, na investigação: os deputados federais Carlos Alberto Leréia (PSDB), Jovair Arantes (PTB) e Rubens Otoni (PT).
Escutas da Operação Monte Carlo mostram que o bicheiro citou mais três políticos goianos: Rubens Otoni (PT) (à esquerda), Carlos Alberto Leréia (PSDB) (centro) e Jovair Arantes (PTB)
Ao longo da investigação, a PF descobriu que, nos últimos cinco anos, o delegado passava informações sigilosas para o bando e enriquecia a olhos vistos. Tornou-se dono de uma empresa, a Ideal Segurança Ltda, registrada em nome da mulher, Luanna Bastos Pires Valadares. A firma foi montada em sociedade com Carlinhos Cachoeira para lavar dinheiro. Também comprou fazendas em Tocantins, o que acabou por levantar suspeitas e resultar no afastamento dele da PF, em 2011.
O primeiro relatório do delegado Deuselino Valadares data de 7 de abril de 2006, encaminhado à Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio (Delepat) da PF em Goiânia. Valadares investigava o escândalo da Avestruz Master, uma empresa que fraudou milhares de investidores em Goiás, quando conheceu o advogado Ruy Cruvinel. Cruvinel chamou Valadares para formar uma parceria a fim de criar “uma organização paralela” à de Carlinhos Cachoeira. O suborno, segundo o delegado, seria uma quantia inicial de 200 mil reais. Ele, ao que parece, não aceitou e decidiu denunciar o crime.
Em 26 de abril de 2006, o relatório circunstanciado parcial 001/06, assinado por Deuselino Valadares, revelou uma ação da PF para estourar o cassino de Ruy Cruvinel, no Setor Oeste de Goiânia. Preso, Cruvinel confessou que, dos 200 mil reais semanais auferidos pelo esquema (Goiás e entorno de Brasília), 50%, ou seja, 100 mil reais, iam diretamente para os cofres de Carlinhos Cachoeira.
Outros 30% eram destinados ao senador Demóstenes Torres, cuja responsabilidade era a de remunerar também o então superintende de Loterias da Agência Goiânia de Administração (Aganp), Marcelo Siqueira. Ex-procurador, Siqueira foi indicação de Demóstenes e do deputado Leréia para o cargo. Curiosamente, ao assumir a função, um ano antes, ele havia anunciado que iria “jogar duro” contra o jogo ilegal em Goiás.
Em 31 de maio de 2006, de acordo com os documentos da Operação Monte Carlo, Deuselino Valadares fez o relatório derradeiro sobre o esquema, de forma bem detalhada, aí incluído um infográfico do “propinoduto” onde o bicheiro é colocado no centro de uma série de ramificações criminosas, ao lado do senador do DEM e do ex-procurador Marcelo Siqueira. Em seguida, misteriosamente, o delegado parou de investigar o caso.
“Verificado todo o arquivo físico do NIP/SR/DPF/GO não foi localizado nenhum relatório, informação ou documentos de lavra do DPF DEUSELINO dando conta de eventual continuidade de seus contatos com pessoas ligadas à exploração de jogos de azar no Estado de Goiás”, registrou o delegado Raul Alexandre Marques de Souza, em 13 de outubro de 2011, quando as investigações da Monte Carlo estavam em andamento.
A participação do senador Demóstenes Torres só foi novamente levantada pela PF em 2008, quando uma operação também voltada à repressão de jogo ilegal, batizada de “Las Vegas”, o flagrou em grampos telefônicos em tratativas com Carlinhos Cachoeira. Novamente, o parlamentar conseguiu se safar graças a uma estranha posição da Procuradoria Geral da República, que recebeu o inquérito da PF, em 2009, mas jamais deu andamento ao caso.

quarta-feira, 21 de março de 2012

O PEGADOR DA ESPLANADA

De origem alemã e com um belo par de olhos azuis, é inegável a quantidade de olhares e elogios recebidos pela atual ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Casada pela primeira vez com o jornalista Neilor Toscan, a mulher, que tem confiança total da presidente Dilma Rousseff, é a atual mulher do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O marido, atualmente, vive preocupado com o vazamento de informações que podem complicar sua vida pessoal e até interferir em sua jornada à frente do ministério.

O ministro teria engravidado uma servidora

 O chefe da pasta teria mantido uma relação extra conjugal com uma funcionária terceirizada, que trabalharia bem próximo do ministro. Informações recebidas pelo blog dão conta que a bela mulher em questão teria engravidado de Paulo Bernardo. Pressionado e com receio de Gleisi descobrir, empregados de confiança do ministro trataram de dar um "sumiço" na grávida e proporcionar um belo "cala boca" à mulher. Opositores ao PT estão tentando encontrar a mulher a qualquer custo para tentar desestabilizar o ministro e trazer à tona mais um escândalo, desta vez de cunho pessoal, para complicar a vida de Paulo Bernardo. O alvo também é desestabilizar emocionalmente a ministra-chefe da Casa Civil.
 Agora é pagar para ver se os perdigueiros da oposição conseguem localizar a ex-funcionária grávida e trazê-la para a luz dos holofotes. Paulo Bernardo que se cuide...


domingo, 18 de março de 2012

POLÍCIA FEDERAL PODERÁ INVESTIGAR ESQUEMAS NO DF

Cortar os tentáculos da organização criminosa comandada pelo empresário do jogo de azar Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira será um trabalho árduo para o Ministério Público Federal e Polícia Federal. Obras das mais diversas categorias, coleta seletiva de lixo e aluguel de veículos, sempre por meio de contratos com a administração pública, rendem milhões de reais mensais a diversas empresas suspeitas de participar do esquema criminoso. Entre elas está a Delta Construções, que presta serviços para os governos de Goiás, Distrito Federal, Pará e Mato Grosso. Apenas em um dos contatos firmados com a Secretaria de Segurança goiana para a locação de viaturas, os valores alcançam os R$ 3 milhões.
Toda a estrutura da segurança de Goiás é fornecida por Cachoeira
A proximidade de Cachoeira com políticos influentes em todo o País levou a Delta a crescer de forma absurda seu poderio econômico, sempre por meio da prestação de serviços para governos estaduais, principalmente o goiano. A constatação foi feita pelos federais por meio de interceptações telefônicas que começaram a ser feitas ainda em dezembro de 2010. As suspeitas de algum esquema criminosos envolvendo a locação de veículos começou em 2006, com outra empresa - a LM Transportes, Serviços e Comércios. A concorrência vencida pela Delta, em 2009, era a continuidade desta modalidade de contrato, questionada anteriormente pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) pelo alto valor.
Esquema de Cachoeira será investigado no DF
Em dezembro daquele ano, a empresa firmou contrato com a Secretaria de Segurança para locar carros que foram repassados para a Polícia Militar e Civil. No entanto, após sofrer aditivo atrás de aditivo, a Delta passou a fornecer veículos para toda a estrutura da segurança em Goiás. Trata-se de veículos que passaram a ser usados pelo Corpo de Bombeiros, Detran, Departamento de Polícia Técnica, Instituto Médico Legal e até para o Procon. Tudo por cerca de R$ 3 milhões mensais. Á época, quando o contrato foi firmado, a Delta alugou 1.535 veículos que foram repassados à Polícia Militar. Atualmente, após pelo menos dois aditivos o número subiu para 1.935 carros. 
Uma ação civil pública proposta pelo MPGO tenta cancelar ou pelo menos suspender o contrato atual. Os números que constam na ação chama atenção pelo alto valor. A empresa recebeu em 2010 R$ 54,9 milhões do governo goiano. Em 2011, os repasses foram de R$ 51,6 milhões. Há, no entanto, empenhos que ainda não foram liquidados. “Foi um passo bem largo para uma empresa em que em seu primeiro ano de contrato, em 2006, faturou R$ 5,5 milhões em 12 meses”, destacou o  promotor de Justiça Bernardo Boclin.
Com base na apuração da Polícia Federal (PF), os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) escrevem que fica clara a “ingerência” de Carlinhos Cachoeira nos negócios da empresa, “conhecida por realizar contratos de vulto com a administração pública”, segundo a ação proposta pelos promotores Adriano Godoy Firmino, Fernando Krebs e Umberto Machado.  No mérito da ação foi pedida a condenação dos réus por ato de improbidade administrativa e ressarcimento ao erário público.

quinta-feira, 15 de março de 2012

CONVERSINHAS PELO NEXTEL

Como publicamos na matéria anterior, existe um senador da República que, cada vez mais, se enrola por sua relação quase promíscua com os mandatários dos jogos de azar. O empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, habilitou em Miami 15 aparelhos de rádio, da marca Nextel, e os distribuiu entre pessoas de sua mais estrita confiança. De acordo com a Polícia Federal, o propósito de Cachoeira era evitar que escutas telefônicas, legais ou ilegais, captassem suas conversas com os comandantes de uma rede de exploração ilegal de máquinas caça-níqueis em Goiás e na periferia de Brasília. Nos relatórios da investigação, o grupo contemplado com os rádios é chamado de “14 + 1”. Entre os 14, há foragidos e os que foram presos com Carlinhos Cachoeira durante a Operação Monte Carlo, da PF. O “1” é o senador Demóstenes Torres (GO), líder do Democratas no Senado Federal.


Demóstenes tinha Nextel dado por Cachoeira

Nesta semana, alguns jornalistas encostaram o senador na parede, quando ele estava em seu gabinete no Senado. Torres estava acompanhado de seu advogado Antonio Carlos Almeida Castro, o Kakay. Indagado se havia recebido um aparelho de rádio para conversas exclusivas com Cachoeira, Demóstenes pediu licença para ter uma conversa reservada com seu advogado antes de responder à pergunta. Cinco minutos depois, disse à reportagem que, por recomendação do advogado, não faria declarações sobre o assunto. A interlocutores, no entanto, o senador goiano confirmou que recebeu o aparelho de Cachoeira, que foi usado exclusivamente em conversas entre os dois. Segundo Demóstenes, nos quase 300 diálogos com Cachoeira, gravados pela Polícia Federal com ordem judicial, não há nada que o comprometa. “São conversas entre amigos, só há trivialidades.” Foi por meio dessas escutas que os investigadores descobriram que Cachoeira deu a Demóstenes uma geladeira e um fogão importados como presente de casamento.

Cachoeira tinha medo de ser grampeado
De acordo com a investigação, Carlinhos Cachoeira resolveu habilitar os 15 rádios Nextel em Miami porque arapongas lhe asseguraram que, assim, eles escapariam de grampos telefônicos. Segundo o Ministério Público Federal, Cachoeira seguiu orientação do delegado da Polícia Federal Fernando Byron e do ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, também presos na Operação Monte Carlo. “Para azar deles e sorte da sociedade, a Polícia Federal conseguiu realizar a interceptação telefônica. E isso mudou todo o rumo da investigação”, afirmou o juiz federal Paulo Augusto Moreira Lima, na decisão judicial que autorizou a operação Monte Carlo.

domingo, 11 de março de 2012

FIGURAS CONHECIDAS NO DF ENVOLVIDAS COM O BICHO

O dinheiro que brota como água nas minas exploradas pelo jogo de azar por todo o Brasil tem capítulos interessantes que passam por figuras muito conhecidas da população do Distrito Federal. Um deles é um dos mais atuantes senadores da oposição ao PT, Demóstenes Torres (DEM); o explorador do famoso jogo do bicho, Carlos Cachoeira e seu ex-assessor, o jornalista Mino Pedrosa. Os dois últimos, há alguns anos, foram personagens importantes na Comissão Parlamentar de Inquérito (PCI) dos Bingos com participações suspeitas em um esquema criminoso envolvendo as Loterias do Rio de Janeiro (Loterj).  As garras do esquema se esticaram até o DF na forma de um contrato milionário relacionado a coleta de lixo seletiva. Por meio de laranjas, Carlinhos Cachoeira, como também é chamado, faturou nada menos do que R$ 92 milhões durante o ano passado, por meio de uma empresa que venceu, de forma suspeita, uma licitação para a coleta seletiva no DF.
Demóstenes Torres é amigo do peito de Cachoeira
A Operação Monte Carlo da Polícia Federal está revelando constrangedoras ligações entre o crime organizado em Goiás, no Distrito Federal e personalidades políticas importantes daquele estado. Demóstenes Torres é das figuras mais respeitáveis na defesa de suas posições conservadoras e no exercício da oposição, revela ter recebido de Carlos Cachoeira, uma cozinha completa como presente de casamento. Com toda a tranquilidade, segundo os jornais, o senador Demóstenes Torres explica que é amigo há muito tempo do contraventor, e que estava convencido de que ele se havia regenerado.
Sabendo-se, como é de conhecimento público, que o mesmo explorador de jogos proibidos fora envolvido em rumoroso caso de suborno — a fim de obter vantagens na exploração da Loterj — é estranha essa declaração aparentemente ingênua do senador goiano. A prisão de Carlos Cachoeira e dos demais envolvidos na exploração de caça-níqueis e do jogo do bicho em Goiás e no Distrito Federal (muitos deles policiais) coincidiu com a sua condenação e do ex-assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, Waldomiro Diniz, pela justiça do Rio de Janeiro, a 12 anos de prisão. Assim, pouca dúvida pode restar de que o “empresário” goiano não é um empresário que atua dentro das normas da lei. O jogo de azar é uma atividade proibida no Brasil, desde o governo Dutra. Se ele é tolerado por alguns governos estaduais, essa tolerância é também passível de punição, porque se trata de uma cumplicidade criminosa.
As ligações entre a política e o crime organizado não são uma exclusividade de nosso tempo e de nossa geografia. Isso não significa que devamos aceitá-las como uma contingência da vida social. Provavelmente nunca conseguiremos ter uma sociedade sem criminalidade, mas devemos combater o crime, assim como combatemos as endemias e as pestes epidêmicas, ainda que provavelmente jamais consigamos extinguir todas elas.

E foi na já na esquecida CPI dos Bingos que ficou confirmado pelo depoimento de Waldomiro Diniz, que o Fala Sério DF usa para refrescar a memória dos leitores, sobre a relação entre Mino Pedrosa e Carlinhos Cachoeira.
Mino recebeu dinheiro de Carlos Cachoeira
WALDOMIRO DINIZ – “Sr. Deputado, agradeço sua pergunta porque é a oportunidade de começarmos a lançar luz sobre este episódio. Obviamente que esta fita foi gravada com o intuito de me causar algum constrangimento. Guardada durante todo esse tempo, ela só poderia servir para aquele momento adequado, quando eu me recusasse a cumprir ou a não atender alguns de seus apelos, ela pudesse ser usada. O que estou dizendo ao senhor e quero dizer ao Brasil é que eu fui, estou sendo chantageado por esse senhor com essa fita. No início de janeiro de 2003, já como membro do Governo Federal, recebo em meu gabinete uma ligação de um senhor chamado Mino Pedrosa, jornalista, dono de uma empresa de consultoria que já afirmou que presta consultorias ao Sr. Carlos Cachoeira, contando a seguinte história: “Olha, Waldomiro, queria me certificar com você sobre o que você tem a dizer sobre uma fita em que você está pedindo dinheiro para a campanha para um bicheiro de Goiás”. Eu disse: “Olha, eu desconheço esse assunto”. E ele: “Não, é o bicheiro Carlinhos Cachoeira de Goiás e te gravou”. “Está bem. Então, vamos apurar.” Falei para ele: “estou à sua disposição. Vamos apurar.” Pego o telefone, obviamente, é minha obrigação. Ligo para o Sr. Carlos Cachoeira e digo para ele: quero saber de você o que é isso. Vamos tirar satisfação sobre o que é isso. Encontro com ele em Brasília: “Não... É que você não retorna minhas ligações. Eu quero falar com você. Eu tenho coisas para tratar com você e você não retorna as minhas ligações.” E esse jornalista? “Esse jornalista trabalha para mim, faz o que eu quiser.”
Na próxima matéria, o blog traz mais detalhes do esquema envolvendo todas as figuras que faturaram alto no esquema dos jogos de azar.

terça-feira, 6 de março de 2012

NOTA AOS LEITORES

Neste final de semana, o blog irá publicar detalhes da história envolvendo um conhecido bicheiro, um senador atuante, um jornalista de carater duvidoso e R$ 92 anuais que o GDF paga para um deles...

A FORTUNA DE DURVAL BARBOSA PARTE II

Durval Barbosa pagou R$ 5 milhões pela casa onde mora
Em mais uma matéria sobre o patrimônio erguido pelo delator do Mensalão do DEM, Durval Barbosa, o Fala Sério DF traz à tona todas as manobras feita pelo pivô do esquema que resultou na Operação Caixa de Pandora. Investigações da Polícia Federal e depoimentos prestados pelo próprio Durval Barbosa apontam que a atual mulher do delegado Kelly Melchior é dona de inúmeras lojas em todo o Distrito Federal, todas em nomes de laranjas. Além da compra de muitos veículos de luxo para sua mulher, em maio de 2010, Durval Barbosa comprou a mansa onde mora, no condomínio Estância Jardim Botânico. A casa foi comprada da seguinte maneira: R$ 1,3 milhão representados por um apartamento localizado na SQS 103, acrescidos por R$ 350 mil representados por uma casa humilde na QNM 40, no setor M Norte, em Taguatinga. O restante, R$ 3,350 milhões foram pagos em “cash” por Durval Barbosa.
Para manter o nível no interior da residência, o ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda gastou rios de dinheiro para a reforma e a compra de mobiliário adquiridos em lojas renomadas do DF e de São Paulo. Apenas na Artefato, loja que fica no Casa Park, Durval teria gasto cerca de R$ 1,5 milhão. O relatório obtido pelo blog ainda lista uma série de estabelecimentos comerciais que pertencem a Durval Barbosa, mas em nome de laranjas. São estabelecimentos como o Alambique Cambeba, a empresa Soberana, Segurança e Vigilância;  duas franquias do Subway, sendo uma no Sudoeste e outra no shopping Pier 21.
Existem ainda dezenas de imóveis em nome das empresas de Durval Barbosa e que rendem uma fortuna em aluguéis. Entre eles está um prédio na W3 Sul, na altura da Quadra 505, outro prédio no Pistão Sul, em Taguatinga, três lojas na Estação XVI, em Águas Claras,uma projeção em Ceilândia, 20 apartamentos no Mirante Club, em Águas Claras, seis salas no edifício Multi Empresarial. O mesmo levantamento ainda aponta que Durval Barbosa possui uma espécie de tesoureiro que também é policial civil. O nome do tesoureiro é Garibaldi Eden Francisco e acompanha Durval Barbosa desde 1990. O policial sempre foi responsável pelo pagamento e recebimento de propina.

domingo, 4 de março de 2012

A FORTUNA DE DURVAL BARBOSA PARTE I

Durante anos sugando os cofres públicos por meio de contratos milionários firmados entre a Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan) e o Governo do Distrito Federal, o pivô do escândalo da Caixa de Pandora, Durval Barbosa ergueu um império, que chegou a ser estimado em mais de R$ 100 milhões. O dinheiro foi dividido entre integrantes inescrupulosos que formavam a base de governo do então governador José Roberto Arruda. Hoje o Fala Sério DF publica a primeira matéria sobre os bens adquiridos pelo delegado aposentado graças à sangria de anos ao erário.
De acordo com um levantamento que está nas mãos do Ministério Público Federal (MPF) e  Procuradoria Geral da República (PGR), Durval Barbosa, em 2010, oficializou sua união com Kelly Melchior. A partir deste momento ela e sua família transformaram-se em laranjas para escoar toda a fortuna, que foi transformada em mansões, apartamentos, lojas e franquias comerciais. Para dificultar futuras investigações, Kelly passou várias procurações, para seu irmão, Kleuber Melchior de Souza, seu pai Antônio Camboim de Souza e sua mãe, Djalma Melchior de Souza.

Familiares de Durval comprar diversos imóveis

As transações começaram com a compra feita por Kleuber de um apartamento localizado na Quadra QND 26, Projeção B, em Taguatinga. Em seguida, o irmão de Kelly comprou outro apartamento, desta vez na Quadra CSB 03, Lote 3, também em Taguatinga. Kleuber continuou sua especulação imobiliária e tornou a comprar um imóvel em Taguatinga, desta vez na Quadra  CSB 10, Lote 06/07. Em uma nova compra, o irmão de Kelly comprou o quarto apartamento em menos de um ano na QN 412, Conjunto F, em Samambaia, sempre via procuração.


Com alto poder de compra garantido pelo dinheiro desviado do governo, o irmão de Kelly, que nunca teve renda compatível com o suposto patrimônio, arrematou, e um leilão da Caixa Econômica Federal, um apartamento na rua 310, QS 05, Lote 01, em Águas Claras, também via procuração concedida pela mulher de Durval. Com o mesmo documento em mãos, os pais de Kelly Melchior também desandaram a comprar imóveis. O casal comprou logo dois terrenos de uma única vez. Foram adquiridos o Lote 66, na Quadra 01, no Loteamento Jardim Sol Nascente, em Águas Lindas, e o Lote 25, da Quadra 67, em Caldas Novas (GO). Ambos via procuração repassada pela filha.

Durval Brboa encheu o bolso do ex-governador Arruda

O pai de Kelly também comprou um novo imóvel na Quadra CSB 03, em Taguatinga e outro na Quadra C3, Lote 1, no centro da mesma cidade. Ainda consta das compras um fazenda de quatro mil hectares na cidade de Canela, em Tocantins e ainda mais um apartamento na Rua 1, Lote E, no Setor Habitacional de Samambaia. Na próxima matéria, o blog ir[a enumerar todas as loas, franquias comerciais e outros bens comprados por laranjas de Durval Barbosa, entre elas uma mansão avaliada em milhões de reais e que ainda continua sendo usada pela família do delator do Mensalão do DEM. O blog nem ira mencionar a mansão no Lago Sul que foi leiloada pela Justiça para ressarcir os cofres públicos.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

PARENTE DE DURVAL BEM PRÓXIMO DA CÚPULA DA PM

Na matéria publicada pelo Fala Sério DF sobre as articulações do delator do escândalo da Caixa de Pandora, Durval Barbosa, para nomear parentes em locais estratégicos do Governo do Distrito Federal, o blog deixou de citar um detalhe muito importante sobre um deles.  O concunhado do delator do Mensalão do DEM, Zilfrank Antero de Araújo, foi beneficiado com a publicação do Decreto de 26 de Julho de 2010, publicado no Diário Oficial do DF n 143, de 27 de julho, página 31. O parente de Durval foi nomeado para o cargo de Diretor de Gestão de Informações para um mandato de dois anos em 2010. O detalhe que Zilfrank é tenente-coronel da Polícia Militar.
Durval colocou concunhado que é tenente-coronel na cúpula da PM
Atualmente, Durval Barbosa colocou em prática sua influência nos órgãos de segurança para alçar o oficial da família a um dos cargos de chefia na chamada PM5, o Centro de Comunicação Social da corporação, que fica no Comando-Geral. Desta forma, Zilfrank fica bem perto da cúpula da PM, com bastante acesso às informações que correm dentro da corporação.
É temerário um homem com um histórico de caráter tão duvidoso e interesses tão escusos manter um parente ocupando cargo de chefia dentro da Polícia Militar. Em matérias anteriores, o blog já havia alertado sobre os tentáculos de Durval Barbosa dentro de pontos estratégico de órgãos vinculados à segurança pública do DF. A força do pivô do Mensalão do DEM já foi provada com sua proximidade com servidores que atuam em áreas importantes da Polícia Civil, Militar e da Secretaria de Segurança Pública. Fica aqui o alerta aos governantes.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

FORTUNA DE RESPEITO

Na próxima matéria sobre as investigações da Caixa de Pandora, os leitores poderão acompanhar toda a movimentação de Durval Barbosa para amealhar uma fortuna de respeito com todos os desvios de recursos públicos feitos ao longo dos governos Roriz e Arruda. Não deixem de acompanhar.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

PARENTES DE DURVAL BARBOSA NO GDF

Faltando pouco tempo para a Procuradoria Gerald a República (PGR) concluir e apresentar a denúncia relacionada à investigação da Caixa de Pandora, muitos documentos começam a vazar e apontam para uma série de crimes praticados por personagens importantes no esquema que culminou com a queda do então governador José Roberto Arruda e toda sua base de governo. A equipe do Fala Sério DF recebeu uma grande quantidade de documentos que detalham toda a influência política e parte do poder paralelo exercido há anos pelo delator do esquema, o delegado aposentado Durval Barbosa.
Documento aponta a ação de Durval Barbosa para nomear parentes
Em razão do denso material recebido pelo blog, a cada semana uma matéria será postada, sempre seguida de trechos retirados das investigações que estão em andamento na Justiça Federal. Como tema de abertura, o blog confirma todo tráfego de influência exercido pelo poderoso Durval, que sempre conseguiu nomear familiares e amigos para cargos importantes dentro da estrutura do GDF. O poder do ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda era tão grande que conseguia até emplacar parentes de sua mulher em cargo públicos em estruturas governamentais de outras unidades da Federação. As investigações atuais apontam que Durval nunca deixou de ter voz ativa nos governos de Joaquim Roriz e Rogério Rosso.
As primeiras notícias da força de Durval Babosa para nomear parentes começaram ainda em 2003, com o que pode ser considerada uma aberração no que diz respeito à administração pública. E quem se deu bem foi o cunhado de Durval, Kleuber Melchior de Souza. De acordo com a publicação do Diário Oficial do Estado do Tocantins n 1.509, de 1° de setembro de 2003, o cunhado de Durval foi nomeado ao cargo efetivo de escrivão de polícia. Até então tudo de acordo com os ditames legais. Ocorre que, nos termos, da portaria n 967, de 03 de agosto de 2007, publicada no Diário Oficial n 24717, de 15 de agosto de 2007, a Secretaria da Administração do Governo de Tocantins lotou Kleuber Melchior de Souza, "integrante do quadro de pessoal efetivo da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal, à disposição do Governo do Estado de Tocantins". Ora, como seria possível um indivíduo nomeado em cargo público no Governo de Tocantins para o cargo de escrivão de polícia se tomar integrante do quadro efetivo da Secretaria de Segurança Pública do DF? Fato juridicamente impossível que privilegiou o cunhado de Durval Barbosa.
Já em 2010, o concunhado do delator do Mensalão do DEM, Zilfrank Antero de Araújo, foi beneficiado com a publicação do Decreto de 26 de Julho de 2010, publicado no Diário Oficial do DF n 143, de 27 de julho, página 31. Durval nomeou os parentes que quis para cargos dentro da Codeplan, onde exerceu a presidência e desviou milhões em contratos de informática. O concunhado de Durval foi nomeado para o cargo de Diretor de Gestão de Informações para um mandato de dois anos. Como e não bastasse, conforme decretos de 28 de abril de 2010, acostado à representação, foi nomeada Viviéule Melchior de Souza Antero, cunhada de Durval,cpara exercer o Cargo em Comissão, símbolo DFA -10, de Assessor da Chefia de Gabinete dacAdministrão Regional do Guará, da Coordenadoria das Cidades, da Secretaria de Estado decGoverno do Distrito Federal. Não foi só isso. No referido  decreto também foi nomeada a sogra de Durval Barbosa, Djalma Melchior de Souza, para exercer o Cargo em Comissão:Símbolo DFA-13, de Assessor do Gabinete da Secretaria de Estado de Governo do Distrito Federal.
Durval arrumou cargo ara toda a parentada da nova mulher
A rede de parentes e amigos de Durval Barbosa estrategicamente colocados por ele dentro da estrutura do GDF não parou. Também foi nomeado o seu sobrinho de ex-funcionário da empresa Potec Tecnologia da lnformão, Nilvan Soares Rodrigues, ao cargo em comissão de assessor de levantamentos de requisitos do Tribunal de Contas do Distrito Federal. Vale a pena lembrar que a Politec sempre teve contratos milionários firmados com o GDF. Para finalizar, Durval Barbosa não poderia deixar seu sogro fora de uma “boquinha” na estrutura do governo. Então, Antônio Camboim de Souza foi nomeado conselheiro do Banco de Brasília (BRB) e depois passou para o conselho da Caesb.