A casa está quase ruindo e dentro dela estão as principais figuras do Governo do Distrito Federal. Nem a intervenção branca imposta pelo PT nacional parece evitar o prenúncio da catástrofe que se anuncia. A primeira medida tomada pelo enviado da presidente Dilma Rousseff, o chefe da Casa Civil Swedenberger Barbosa, foi tomar todos os contratos milionários do lixo, que ficavam sob a tutela do secretário de Governo, Paulo Tadeu. Agora, o novo todo poderoso do GDF começa, aos poucos, a enfraquecer tanto a importância quanto o controle antes exercidos por Paulo Tadeu no Governo.
A ordem para monitorar bem de perto os contratos do lixo no DF, que movimentou R$ 2 bilhões nos últimos 11 anos, partiu do Palácio do Planalto. O PT quer evitar um possível golpe de misericórdia contra o governador Agnelo Queiroz e entregar o GDF de bandeja para o PMDB. Poucas pessoas sabem, mas pouco antes de Swedenberger ser designado para atentar apagar o fogo no GDF, Agnelo Queiroz esteve no Palácio do Planalto e ouviu “poucas e boas” da presidente. De acordo com fontes palacianas, Dilma esbravejava tanto que dava para ouvir seus berros na guarita de entrada do palácio. Agnelo ouviu a o esporro calado e saiu do encontro sabendo que não poderia dar um passo sem o aval de seu chefe da Casa Civil.
Agora, quem monitora os contratos do lixo é Berguer |
O que o PT nacional não esperava é que a relação entre os homens mais próximos do governador mantivessem uma relação tão próxima ao contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O calcanhar de Aquiles e a provável derrocada do governador e seu staff está nos contratos do lixo e na proximidade com a Delta, empresa responsável por parte da coleta seletiva de lixo no DF. Bastará um pouco de atenção dos investigadores para perceber que a Delta e o ex-chefe de gabinete de Agnelo, Cláudio Monteiro, possuem muitas coisas em comum, entre elas uma série de pessoas próximas a Monteiro que foram empregadas na empresa controlada por Cachoeira. Seria a retribuição de um favor ou mera coincidência? Com a palavra a Polícia Federal. Como o blog anunciou com antecedência, Monteiro estava na mira dos federais e não deu outra...
A situação poderá ficar ainda pior. Quinze meses após assumir 77% da coleta do lixo do Distrito Federal, a Delta Construções quer um aditivo no contrato com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU). A empresa afirma não ter condições de coletar toda a sujeira e varrer as ruas da capital pelos mais de R$ 9 milhões recebidos mensalmente. Além de 90 caminhões usados somente na coleta do lixo, a firma tem outros 58 para levar entulhos de obras a aterros, como o do lixão da Estrutural. No caso dos entulhos, ela recebe por veículo usado no serviço. Com isso, os valores repassados pelo SLU variam entre R$ 9 milhões e R$ 10 milhões mensais, de acordo com o montante transportado e as ruas limpas pelos funcionários e veículos da Delta.
Juntas, as empresas que dividem o mercado de resíduos no DF recebem uma bolada de R$ 15 milhões ao mês. Em 11 anos, a coleta de lixo rendeu uma montanha de dinheiro - R$ 2 bilhões - para as firmas especializadas nesse serviço. Dessa quantia, R$ 500 milhões foram pagos em contratos sem licitação, recurso bastante usado a partir de 2006. Antes disso, toda a operação dos resíduos sólidos era monopolizada pela Qualix Serviços Ambientais, que, segundo investigação do Ministério Público de Contas, deixou de cumprir exigências do edital como a elaboração de um programa de coleta seletiva e a desativação do Lixão da Estrutural.
As suspeitas de irregularidades nesse mercado foram reforçadas com a Operação Caixa de Pandora.
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