ESQUEMA COMEÇOU NO DF

Um esquema criminoso  e milionário, composto por figuras conhecidas mundialmente e que pode desestabilizar todo o planejamento para a realização da Copa do Mundo de 2014. Esses são apenas alguns dos ingredientes que praticamente colocaram um ponto final na carreira de Ricardo Teixera à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Uma das pontas do iceberg que forma a grande montanha de desvios de recursos públicou ocorreu no Distrito Federal, ainda em 2008,durante a partida entre Brasil e Portugal.

O dirigente teria recebido cheques mensais de R$ 10 mil reais da empresa Ailanto Marketing, investigada pela Justiça Federal por um suposto desvio de R$ 8,5 milhões de reais em dinheiro público na organização do amistoso. Teixeira teria firmado um contrato de arrendamento de terras com a empresa quatro meses após a organização do evento, no valor total de R$ 600 mil reais – já que os pagamentos mensais de R$ 10 mil reais seriam válidos por cinco anos. Os cheques teriam sido encontrados durante uma operação de busca e apreensão no apartamento de Vanessa Precht, sócia da Ailanto Marketing.

Teixeira recebeu uma fortuna da Asnud

O esquema envolvendo o amistoso é apenas um detalhe. Uma outra empresa, desta vez sediada no paraíso fiscal de Liechtenstein, chamada Sanud, teria sido usada por Ricardo Teixeira para receber 21 pagamentos que totalizaria US$ 9,5 milhões. Desta vez, o presidente da CBF que também acumula o cargo de membro do Comitê Executivo da FIFA ficou comprometido graças a uma série de documentos que já está nas mãos da justiça suiça.

O Magistrado suíço Thomas Hildbrand descobriu evidências suficientes para provar que dois funcionários da FIFA aceitaram suborno da empresa de marketing esportivo  ISL - e que o presidente da entidade máxima do futebol mundial, Joseph  Blatter, tinha encobertado tudo. Em maio de 2010, ele anunciou que o caso havia sido resolvido. Aqui está sua declaração pública que o Fala Sério DF reproduz, junto com uma planilha de pagamentos feitos pela Sanud. “Juiz de instrução Thomas Hildbrand em agosto de 2008 iniciou uma investigação sobre alegações de que certos membros do Comitê Executivo da Fifa receberam propinas em contratos de marketing. Após cinco anos de investigações o acusado concordou em pagar 5,5 milhões de francos suiços e o caso foi encerrado. "

Colocado contra a parede, Teixeira pode deixar a CBF

Tanto o esquema criminoso que enolveu o amistoso da equipe brasiliera no DF quanto as engrenagens fraudulentas que movimentaram a empresa no paraíso fiscal de Liechtenstein motivaram a polícia federal americana, o FBI a iniciar uma investigação sigilosa sobre as acusações decorrentes do processo de licitação Copa do Mundo há um ano, e a eleição presidencial da  FIFA,  em junho. Os investigadores afirmam ter  indícios der crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e desvios de recursos públicos .  O FBI também reuniu provas  substanciais de organizações externas que tentam invadir as contas de e-mail da candidatura dos Estados Unidos para o torneio de 2022.